terça-feira, 21 de julho de 2015
De um Cafuné
Entrelacei os dedos em teus cabelos
E sem querer entrelacei minha alma
Apertados, batendo até os cotovelos
Quis aproveitar com toda a calma
As tonalidades indo do escuro pro claro
Me entorpeciam enquanto só viajava
As cores suaves tal qual o canto do pássaro
O toque tão sutil e singelo que me conquistava
Do branco vi o preto que saía pela entrada
Puxando com plenitude o empurrar de lata
Sujo de tantas cores, mas de alma lavada
Dormia, no fim, seguro, ao som da cascata
Sem lágrimas
Sem caladas
Sem escuro
Sem nada
sábado, 18 de julho de 2015
Mãos Entrelaçadas
Mãos que apertam forte e suave
Intensas, quentes, vivas e sinceras
Mãos tão leves quanto uma ave
Mas ferozes como a maior das feras
Um toque tão sutil que parecem nuvens
A flutuar em momentos de intenso torpor
Regadas pelo suor dos 'vais' e dos 'vens'
Percorrem, famintas e com intenso ardor
Percorrem espaços estreitos e espaçosos
Escondidos, expostos, oclusos e aparentes
Tão forte que dá pra sentir o calor nos ossos
Tão sutis que arrepiam e tremem os dentes
Mãos que se tocam em harmonia musical
Fazem uma orquestra dos entrelaçar dos dedos
Mais complexa e completa que num recital
Mais simples e natural como o menor dos medos
Mãos que empurram o receio pro lado
Acariciam o rosto com carinho infinito
Anseiam por nunca sair do teu lado
Mãos entrelaçadas, bailando, no ritmo
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