domingo, 28 de agosto de 2016

Insensíveis Nadas Cotidianos

Insensível sem coração nem cor
Refaz, reconstrói e se enche de "rês"
Procura não dar importância pra dor
"Pode me servir mais um café, Cortez?"

Sal misturado ao adocicado fel do líquido
O som das buzinas e sirenes parece distante
Central, reintegra-se ao caos diário e insípido
Como apenas mais um livro na estante

Resgata memórias de um passado esquecido
E a falta de sentimentos o faz sentir gelado
Algo rápido, que some num sagaz estalido
De dedos ocupados com um cigarro apagado

Levanta, pois, para exibir na rua sua decadência
Sem se importar com nada que aconteça à sua volta
"Quem sabe assim não continuo nessa leniência
de saber que nada nunca irá bater á porta"