segunda-feira, 28 de outubro de 2013

Diferenças Conflitantes

Palavras que soaram leves no começo
A discrepância entre nós dois revelada
Palavras que quase não tiveram apreço
Parece que cada dia é mais escancarada

Somos de dois mundos muito diferentes
Me sinto um extraterrestre na sua Terra
Tento ignorar e finjo que ninguém mente
Mas sei que isso separa como uma serra

Aumentam minhas dúvidas enquanto isso
Minhas certezas firmes, minhas de homem
Até quando irei aguentar ser submisso
Enquanto minha solidão me consome?

Imaginações


Minha imaginação me leva a muitos lugares
Lugares que talvez ninguém tenha ido ainda
Vi mais que o Barba Negra pelos Sete Mares
Dei a volta ao mundo indo a casa da Dinda

Há quanto tempo essas viagens se perderam
Nós vamos crescendo e a imaginação some?
Por qual razão os adultos nunca entenderam
Que ser criança é a cura do que nos consome

Enxergamos nas coisas apenas a praticidade
E esquecemos de curtir o que tem de melhor
Será que imaginar é melhor que a realidade?
Ainda não sei, quero só aproveitar essa idade


Tirinha por: Will Leite

Cores


Há muito tempo tudo era preto e branco
Cores que vieram e sumiram também
Nada que demorasse sentada num banco
Meu preto e branco indo sempre além

Eu sabia que elas existiam porque já vi
Mas elas estavam sempre a desaparecer
Minha avó me disse algo que até escrevi
As coisas mudam, você vai ver!

E por incrível que pareça ela estava certa
De uns tempos pra cá tudo que vejo é cor
Quando você apareceu de maneira incerta
Me preenchendo com sua vida e seu amor


Tirinha por: Paula Siebra

sábado, 26 de outubro de 2013

Sonhos Despertos

Porque sua imagem não desaparece?
Dos meus sonhos, lembro um ou outro
Nada que lembro sobre ti me esmorece
Meu sentimento jovem como um potro

Quando fecho meus olhos só vejo você
Ao ficar em silêncio eu só ouço você
Quando toco violão sinto apenas você
Você tem sido o pilar de todo o meu ser

Porque te tenho apenas em meus sonhos?
O que preciso fazer para estar contigo?
As vezes me pergunto absurdos medonhos
Minhas dúvidas e receios, meu castigo

Não quero apenas teu sorriso distante
Não quero somente seu olhar perfeito
Quero seu sorriso no meu a todo instante
Teus olhos aconchegados em meu peito

Já te disse que tentei te esquecer?
Mas daí vem aquele clichê de TV
"Quanto mais tento de esquecer
Tanto mais lembro de você"

segunda-feira, 21 de outubro de 2013

Desconcerto

Já não sou muito bom quando preciso falar
E você ainda nem me ajuda a concentrar!
Eu numa angústia tremenda, quase sem ar
E você lá, fica sorrindo a me caçoar

Com aquele sorriso, sempre a me alegrar
Aquele com os cantinhos da boca a levantar
Ressaltando seus lábios me fazendo arfar
Dentre suas gracinhas, minha vontade de te beijar

Mas dos seus lábios não queria falar
Viu como até sua beleza vem me atrapalhar?
Complicado, não consigo nem raciocinar
Me deixe pro assunto principal voltar

Só queria, na realidade, te despreocupar
Dizer que de longe irei apenas observar
Não quero te dar problemas pra enfrentar
Me limitarei a, com rimas pobres me expressar

Sei que suas escolhas a levaram a se levantar
Seguir um caminho sem nada mais a aguardar
Quero sua felicidade acima de qualquer patamar
Mas quando precisar, estarei aqui a te esperar

domingo, 20 de outubro de 2013

Ligação

Ensaiei que iria te ligar ontem de tarde
Te procurei no celular e vi seu rosto
A vontade de ouvir sua voz ainda arde
Mas em meus receios mora o desgosto

O que poderia falar ao seu ouvido?
Sobre quais assuntos conversar?
Será que talvez isso não desse atrito?
Olho e não consigo me encaixar

Parece que não consigo estar perto
Por mais que seu número eu disque
Não consigo ficar de peito aberto
Só me resta beber aquele velho uísque

Gostaria agora de ouvir sua gargalhada
Como naquele dia que te liguei sem querer
Me preenche de uma maneira atrapalhada
Mas cura qualquer ferida em meu ser

Sua voz ecoa em minha cabeça agora
Quase como se estivéssemos conversando
Mas sei que te ouvirei quando vir a hora
Até lá vou prosseguir andando

quarta-feira, 16 de outubro de 2013

Trapos Velhos

O frio sempre rondava meus sentimentos
A incerteza de que algo iria mudar ou não
Não haviam amarras nem condicionamentos
Era livre pra escolher até ficar na escuridão

Experiências aconteceram muito de repente
A vida mudou muito rápido sem dar aviso
As percas martelaram, ferido, descontente
Pedaços de uma vida calejada, sem piso

Não consegui notar a hora que nada virei
Porque ninguém lembra que também sinto?
Por vezes penso que de minha vida não sou rei
Mas que em minhas feridas derramam absinto

Ainda existe um coração pulsante em mim
Um que sente, se alegra e que sofre também
Que tem motivos e razões para ser assim
Cansado de todas as vezes falar apenas amém

Penso que talvez seja meu sorriso eterno?
Ou talvez meu provável bem estar aparente?
Nem sempre estou andando por aí de terno
Com trapos velhos também me faço presente.

Um Quase Nada do Seu Olhar

Prometi que iria tentar colocar em versos
Um pouco do que seus olhos falam pra mim
É algo complicado, dos mais complexos
Mas farei um esforço pra chegar ao fim

Quando ao sol com leves tons de amarelo
Embora verdes, daquele tipo muito profundo
Quando à sombra um raro azul sem paralelo
Tão belos que por eles trocaria o mundo

Aquele amarelo claro, frágil e voraz
Que o sol faz muito bem em destacar
Brilha com uma luz efêmera e sagaz
Quando de si você começa a falar

Um azul forte, viril, alegre e audacioso
Que brilha quando seu sorriso é mais alto
Uma obra prima que ainda está no esboço
Aquele brilho que me toma de sobressalto

Seu verde natural, costumeiro e enigmático
Como as águas de um oceano muito claro
Analisando em seu silêncio, as vezes apático
Seu costumeiro olhar incisivo, direto e raro

A profundeza de seus olhos quase me consome
Tantas coisas passadas, tantas experiências
É quase como se eles me falassem seu nome
E tantas outras de suas muitas vivências

Eu poderia apreciar sua beleza todos os dias
E nunca, nunca me cansar de para eles olhar
Mas assim como não posso seguir por todas vias
Tenho que me contentar com apenas vislumbrar

quinta-feira, 10 de outubro de 2013

Depois?

Tentei imaginar uma ou outra situação
Onde eu estivesse segurando sua mão

Apreciando assim os momentos a dois
Mas tudo, tudo fica sempre pra depois

Eu gostaria de ter a chande de dizer
Sobre meu imenso carinho, meu prazer

Que é estar e ao mesmo tempo não
Sem toques, sem nada, nem sua mão

Eu gostaria de acariciar seu cabelo
De maneira livre, sem nenhum apelo

Apenas pelo prazer de estar com você
Sem compromissos, totalmente à mercê

Será que talvez você consegue sentir?
Sou meio duro, bem devagar pra agir

Mas tudo que eu sempre, sempre quis
Foi apenas e simplesmente te ver feliz

terça-feira, 8 de outubro de 2013

O Som da Chuva

Cutucando minha janela de vidro
A chuva vem daquele jeito manso
Esse som sempre bom de ser ouvido
Cada gota um suspiro, um descanso

Essa calma que a chuva me traz
Lavando as ruas, as casas e a luz
Essa sensação gostosa de paz
Só faltou agora aquele cuscuz

Nunca perco uma chance de apreciar
A chuva que vem e que também vai
Em suas idas tão instável quanto o mar
Em suas vindas gostosa enquanto cai

Esse som que toca meu coração
Cada gota que cai, lá dentro ecoa
Uma ressonância com minha emoção
Chuva que lava, acalma, perdoa

sábado, 5 de outubro de 2013

Poço das Minhas Ilusões

Meus sentimentos num poço fundo mofavam
Por algum motivo não conseguia tira-los de lá
Naquela umidade rasa e escura se encontravam
Inertes, parados, imóveis, sem se movimentar

Sinceramente eu me incomodava com esse fato
Mas em nenhum momento fui atrás de uma corda
Para amarrar naquele balde velho e barato
Apenas me limitei a me preocupar dali da borda

Foi quando você ressurgiu assim de repente
Estava sumida, desapareceu, nem me lembrava
Se debruçou sobre o poço com o rosto bem rente
E me deu um daqueles sorrisos que sempre carregava

Me ajudou a amarrar a corda e a jogar lá dentro
Juntos esticamos a corda e você com aquela alegria
Compreendi que a felicidade não está só no momento
Está aqui dentro, esperando para ver a luz do dia

Não sei se agradecer apenas seria válido
Tampouco sei se seria capaz de fazer algo por ti
Ainda mais depois do tanto que recebi
Qualquer coisa do mundo perto disso soaria vago

sexta-feira, 4 de outubro de 2013

Memories

I remember you said to me once
There's no shadows if there's love
You can say I was a real dunce
But now I can see above

Over the bottom of my heart
Across the blue sky and above
It's like I was missing some part
Something important to be fond of

I'm not certain my shadows will
fade away while time passes by
But one thing now give me a chill
I now remember what love tastes like 

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

Olhar de meu Silêncio

Talvez até pareça que fui desatento
Ou até mesmo receoso? Não lembro
No começo sou assim mesmo, lento
Mas acho que melhora com o tempo

Não pude deixar de notar sua trança alta
Te dando autoridade e imponência nata
Até mesmo sua blusinha solta e sua calça
Direta, sem rodeios, acertando 'na lata'

Até mesmo seu salto alto combinando
Sua postura ereta, livre e segura de si
Sua perna inquieta quase gritando
Suas mãos expressivas, como quem ri

Será que seria correto falar da tua beleza?
Teus olhos, teu nariz, tua boca, teu rosto
Poderia resumir tua aparência com clareza
Beleza sem fim, linda é seu digno posto

Seu nariz reto, em perfeitas proporções
Seu rosto ovalado, enigmático e sincero
Seus lábios retraídos em várias ocasiões
Mostrando sua opinião e seu esmero

E como falar de seus olhos sem perder meu norte?
Eu poderia fazer uma outra poesia com calma
Verdes? Azuis? Olhar ao mesmo tempo frágil e forte
Incisivos, viam meu íntimo e minha alma

Sei que falei bem pouco, metade do que pude ver
Sobre sua beleza e como em meu silêncio a apreciei
Mas de quem você é lá dentro ainda estou a conhecer
E posso te garantir que de tudo que vi, muito gostei