domingo, 27 de janeiro de 2013

Acordei Pensando...

Quando acordei me vi pensando
Em um belo rosto resguardado a pensar
Lábios carnudos poucas vezes falando
Olhos vivos e escuros sempre a observar

Ouvidos dispostos e precisos ao escutar
Ombros estreitos mas firmes como um ipê
Mãos sensíveis embora fortes ao tocar
Acordei pensando, pensando em você

sábado, 19 de janeiro de 2013

Devaneios de Um Louco

Quantas vezes me perdi
Procurando apenas ver
Aquilo que sempre pedi
Antes mesmo de nascer

Nunca vi nada assim
Que pudesse me calar
Perto do começo, o fim
O grande sino a badalar

O gongo da esperança
O som firme e retumbante
Me fazendo uma criança
Completamente relevante

Nada agora vejo
Apenas deito no chão
Em mim apenas o desejo
Subir para aquele clarão

quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

Saudades da Minha Amada

Sentiria seu sabor aconchegante
Ao beijá-la ternamente a todo instante
Sentiria sua voz em mim como a mais bela canção
Deliciando-me em suas palavras ora simples, ora não
Sentiria seu calor me acolher e me abraçar
Como naquele dia que nos conhecemos junto ao mar
Sentiria sua mente funcionando rápida e eficaz
Muitas vezes me ajudando a não andar pra trás
Sentiria isso e muito mais
Se naquele dia funesto
Você não tivesse partido com seus pais

terça-feira, 15 de janeiro de 2013

Sementes de Um Novo Amanhã

Não teci planos e nem idealizei um futuro
O destino me conduzindo de maneira falsa e amiga
Fiz apenas o que me cabia sem subir num muro
E ainda assim me vi perdido na sarjeta da vida

Por vezes imagino se o problema não esteja na semente
Aquela que plantei há tempos esperando colher belos frutos
Mas ao que parece é preciso mais, é preciso ser persistente
Estar sempre atento aos detalhes, ser esperto e astuto

Talvez o tempo perdido ainda seja compensado
Através do suor e do trabalho incessante
De sementes que deram apenas frutos feios e amassados
Para outros frutos de sabor adocicado e cativante

quinta-feira, 10 de janeiro de 2013

A Mangueira Grande

A sombra daquela mangueira caía levemente sobre meu jardim
Banhando de lembranças aquele banquinho de madeira velha
Construído há séculos pelo meu bom avô Crispim.

Lembro de ter subido nela quando ainda era esguia e singela
e levar puxões de orelha por tentar quebrar a pobre árvore
Mas lembro que a visão que tinha de sua copa era, de longe, a mais bela.

Inúmeras vezes comemos de seus frutos carnudos e acredite, sem fiapos
E durante todos estes anos ela não murchou e não reclamou, sempre radiante
Começando a amadurecer seus frutos quando todas outras já estavam aos trapos.

Ah, minha cara e amiga Mangueira
Quantas histórias ouviu neste banco?
Muitas delas sem eira nem beira

Mas agora que você finalmente se foi
O que nos resta é lembrar
Daquilo que passou, mas ficou.