segunda-feira, 22 de dezembro de 2014

Onde Está?

Onde está minha flor que não aqui agora?
Sinto seu cheiro mas não a vejo em lugar algum
Cansado de meu interior, te procuro lá fora
Mas simplesmente não a acho em lugar nenhum

Meus dias cinzas sem sua cor a me colorir
Nos falamos à distância mas isso não restaura os laços
Passar os dias e as horas sem seus beijos a me cobrir
Longe de suas palavras e carícias, de seus ternos abraços

Não fico triste por você não estar aqui agora
Mas uma falta profunda se instala no peito
Onde está a minha flor que não do meu lado agora?
Está lá longe de mim, longe da mão, lonjura sem jeito

Onde está a minha flor que não do meu lado agora?

domingo, 7 de dezembro de 2014

Decepções

Falsas palavras recitadas com a certeza
De que a segurança e confiança evanescem
Sem saber da realidade, sem nenhuma clareza
Regurgita o irreal em meus olhos que não aquiescem

Palavras que cortam mais que facas afiadas
Dúvidas que machucam mais que a dor física
Incertezas que minam o calor e as gargalhadas
Tristeza infinita naquela melodia triste e infinita

A decepção toma conta do coração
O perdão ainda não está pronto para ser dado
E a dor ainda me cega como um clarão
Por você ter deliberadamente me machucado

O amargor preenche minha boca neste instante
Fico a imaginar os rios e as correntezas a falar
É tudo tão instável, tão errôneo e inconstante
Esse buraco que começou fechar

E tão logo voltou a alargar

segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Esperar sem Esperar

Joguei fora todos planos inventados
Apaziguei os ânimos de tantas revoltas
Retoquei a pintura, refiz com retalhos
Reergui caídos pilares sem voltas

Limpei os móveis e aspirei os cantos
Retratos vazios esperando vivências
Piso brilhando, pelo menos por enquanto
Ar fresco e contínuo, como as reticências

Esperei sem saber que esperava
Prorroguei a reforma e a vontade
Ansiava por algo que não contava
Esperanças perdidas na tempestade

Espero que não caia no buraco 
Um enorme que fica no caminho
Profundo, intenso, escuro e opaco
É preciso descobrir um jeitinho

Te vejo sorrindo na porta de minha casa
Nunca imaginei ver alguém aqui novamente
Passa pela porta gentilmente encolhendo as asas
Me perco no tempo ao abraçá-la ternamente

Sorrindo, como há muito não sorria
Vivendo, como há muito não vivia
Construindo, como há muito não construía
Amando, como nunca achei que amaria