sábado, 30 de novembro de 2013

Nada

Já te disse que esse vazio aqui dentro não passa?
Finjo que não, mas procuro até suas esmeraldas
Vejo miragens que somem na mais sórdida trapaça
Escurece e tudo o que tenho nesse momento é o nada

Esta ausência de pensamentos me incomoda
Estou acostumado com o fluir dos agenciamentos
Que chacoalham, rebuliçam e que me acorda
Agora com dificuldade até de rimar com "entos"

Me movimento, parado
Me incomodo, pacato
Me surpreendo, parado
Me entristeço, pacato

Última Batida


As formas inconstantes de pedra aguada
Se adequam aos moldes simples do nada
Sobrevoam os corpos em decomposição
Lutando contra as forças do sim e do não

Jaz morto o órgão putrefato e feio
O buraco aberto e sangrando no seio
Cicatrizes invisíveis por toda extensão
Asqueroso, tenta pulsar pisoteado no chão

Cansado das batidas carinhosas dadas por mãos de ferro
Procura descansar e desistir de tudo e repete: "emperro"
Olhos que se fecham na palma da mão
Cores que retornam de repente na última batida do coração

quinta-feira, 28 de novembro de 2013

Rebuliço Inconstante

Revoltas inconstantes em círculos sonoros
Ribombam constantemente ao som do nada
Estacas de sangue e de ossos cheios de poros
Acariciam os pés que passam no céu, alada

O vai e vem inconstante do silêncio ensurdecedor
Brilhos e luzes causam sensações inigualáveis
As mãos que acariciam um corpo sem nenhum pudor
Balanços e movimentos, ora cruéis, ora afáveis

Tampar os ouvidos não parece resolver a fluidez
Das ideias que circundam a periferia da constelação
Viagem inconstante e insegura, volto de uma vez
Piso no chão, abro os olhos e me vejo sem coração

quarta-feira, 27 de novembro de 2013

Oi Surpresa

Como pode um simples oi
Melhorar meu dia assim?
Veio tão rápido quanto foi
Mas foi direcionado a mim

Sinceramente não esperava
Ainda mais vindo justo de ti
Mas assim como quem cava
Você achou algo perdido aqui

Diante de tanto nada, escura e vazia
Minha expressão gelada que não ardia
A alegria que aqui dentro se refazia
Aquele 'oi' que salvou o meu dia

Quietude Infinita

Silêncio
Permeia cada canto de minha alma
Silêncio
Monotonia na mais completa calma

Silêncio do que antes já fora dito
Nem mesmo as batidas cardíacas ouço
Silêncio que persiste além do infinito
O nada, vazio, sem alvoroço

Silêncio
Escorre pelos cantos vazios, me sujo
Silêncio
Apenas eu, quieto, nem fico nem fujo

terça-feira, 26 de novembro de 2013

Rios Vazios

Por agora não está chovendo nem nublado
Porque gotas insistem em molhar meu rosto?
Estaria com esse buraco no peito relacionado?
Ao menos estou vivo, preto e branco, fosco

As cores parecem que pararam de existir
Nada é cinza, algo é branco, tudo é preto
Não sinto mais meu corpo, pareço um zumbi
Sinto apenas as lágrimas em meu peito

O sol parece fraco até mesmo prum recado
Mesmo ele compactua com minha tristeza
Tristeza de ter meu coração arrancado
Esfaqueado e dizimado sobre uma mesa

segunda-feira, 25 de novembro de 2013

Relógio Cicatrizante

O tempo desliza em ondas sonoras
tic-tac-tic-tac-tic-tac-tic-tac-tic-tac
Segundos se desembrulham em horas
tic-tac-tic-tac-tic-tac-tic-tac-tic-tac

As redobras do tempo se convergem
Acariciando as feridas infeccionadas
Passa, nada para, sempre emergem
No constante movimento, curadas

Ressurjo remendado e costurado
tic-tac-tic-tac-tic-tac-tic-tac-tic-tac
Perdido, semi-novo, amargurado
tic-tac-tic-tac-tic-tac-tic-tac-tic-tac

O tempo que trouxe a mudança
As coisas que devaneiam sem fim
O constante rebuliço que amansa
Tempo que sempre passou pra mim

domingo, 24 de novembro de 2013

Resoluto

Meus caminhos se encontram onde se separam
Caminho incessantemente sem saber onde vou
Parado em meus pensamentos que se abrasam
O frio que congela minha alma ainda não parou

Prossigo pela estrada que ora sobe, ora desce
Olho para os lados e só vejo o nada existencial
Tento me apoiar mas não é assim que acontece
Porque nessa estrada prossigo sozinho, sem sal

Onde vou chegar ainda não faço a menor ideia
Mas quero ser mais do que o normal me permite
Sozinho ou acompanhado encaro essa Odisséia
Meu caminho é só meu, agora sou eu quem decide

Talvez Aprenda a Viver sem Você

Estava em meus devaneios rotineiros
Olhando para os lados e vendo solidão
Eu e eu mesmo nos bastamos, parceiros
Ainda assim tem este aperto no coração

Estou tentando aprender a viver sem você
Você que nos machucou sem/com intenção
Porque a vida não é só aquilo que dá para ver
Mas também os caminhos complicados do coração

Sei que um novo dia vai raiar para mim
Mas por enquanto meu céu está nublado
Chove agora em meu rosto gotas sem fim
De sentimentos moídos e deixados de lado


Ouvindo: Tô aprendendo a viver sem você - Detonautas

Amor de Olhos Fechados

Quando o aconchego do seu coração me acolhe
Percebo que a vida vale muito a pena se viver
Tão gostosa sensação que meu coração se encolhe
Para se acomodar junto ao teu coração, eu e você

As carícias que há muito não pude fazer em ninguém
Aparecem enquanto estou pertinho de você assim
Meu coração explodindo de amor não se contém
Seus cabelos e sua pele, todo o seu corpo pra mim

A vontade de cuidar e ser cuidado por alguém que amo
Se expressa em atitudes concretas, carícias e olhares
Eu aqui sempre presente para você qualquer dia do ano
Você presente pra mim como a água de todos os mares

Meu amor transborda por você como uma fonte nova
Pulsando dentro de mim como uma incandescente chama
Meu coração é pra sempre seu, amor que sempre se renova
Se eu não tivesse acordado desse sonho sozinho na cama

sexta-feira, 22 de novembro de 2013

Vida, apenas

Costumava pensar que a vida era muito difícil
Difíceis são nossas escolhas feitas diariamente
Aquilo que dá mais retorno que o melhor ofício
Aquela sensação boa e ruim, só sabe quem sente

O peso de estar sempre com os ombros curvados
A preguiça que corrói os ossos e dizima a alma
A morte que sempre espera os momentos marcados
O rancor que consome a carne, lenta e calma

A leveza de andar com a cabeça sempre erguida
A coragem que conduz os passos rumo a novos lugares
A vida que pulsa nas veias, gira, rodopia, ambígua!
O Amor que atenua até mesmo os mais irados olhares

O bem e o mal circundam as periferias do ser
O bom e o ruim se fazem constantemente dentro de nós
O certo e o errado se recriam todo dia ao entardecer
A justiça e a tirania que se misturam como na tumba de Amós

Ah, bela vida, insuportável vida!
Como te fazes bela e terrível!
Fico ou parto sem despedida?
Nada sei, hoje apenas vivo!

Casa Vazia

Que susto ao chegar em minha casa!
Ao abrir a porta vi que nela nada havia
Nenhum móvel, nem riscados nem brasa
Vi um par que há um tempo não via

No canto da sala vi meu cobertor surrado
Dobrado com carinho e de cor azul anil
Encostado nele estava meu amigo amado
Meu travesseiro velho que muito me ouviu

Fiquei atordoado por alguns minutos
Mas subi muito rápido para olhar o sótão
Ufa! Minha bagunça estava lá sem diminutos
Coisas que mudaram e que não voltam

Desci para a sala e olhei pela janela
O sol branco raiava sobre meu gramado
O negrume das coisas que foram pra ela
Toda cor havia sumido ou se esvaziado

Fui trocar uma ideia com meu bom amigo
De certa forma é bom estar comigo novamente
Sem preocupações e olhando pro próprio umbigo
Nenhum móvel pra limpar, nem tampouco gente

Quem sabe um dia arrumo uma mobília nova
Não sei quando vou precisar acomoda-la
Mas quando chegar a hora queria ter a prova
De que talvez fosse ficar e que pudesse para sempre
Ama-la.

As Forças do Amor

Certa vez senti vindo dela uma energia
Uma onda, uma força que me completava
Aquilo me dava vida e me preenchia
Eu, emanando de volta, apenas a amava

As cores eram brilhantes como nunca
Os sons iam, voltavam e ressoavam
Via beleza na mais pobre espelunca
Éramos dois corações que se amavam

Um dia perdi aquilo que vinha do teu coração
Estava desamparado e não sabia o que falar
Procurei em corpos sem órgãos e em decomposição
Aquilo que me preenchia, o simples gesto de amar

Passei muito tempo vazio de mim mesmo
Contemplando o nada existencial que acabou
Até encontrar um segundo alguém a esmo
Que com força, energia e ondas, me amou

As circunstâncias nos afastou e me vi sozinho
Em minha solidão pude refletir ao som do mar
Aprendi gostar da minha companhia em meu ninho
Esqueci daquela energia boa que era amar

Após muito tempo trancafiado dentro de mim
Vi um espaço enorme que precisava ser completado
Todos outros lugares já estavam cheios até o fim
Só faltava aquele espaço que era me sentir amado

Então, pela terceira vez, eu senti aquilo que faltava
Aquela sensação quentinha que vinha do seu olhar
Novamente eu sentia aquilo que tanto ansiava
Esse coração solitário voltou a sentir o que é amar

Por pouco tempo tive dos seus olhos os olhares mais ternos
Os corações palpitando fortemente quando se encontravam
Mas meu nome não estava gravado nos seus cadernos
Mas de alguma maneira pude sentir os corações que se amavam

Gostaria de sentir novamente, esta força e energia
Esta sensação boa que alegra, voa e saltita pela cama
Mas vou me contentando com minha solidão vazia
Enquanto não encontro essa energia que me ama

domingo, 17 de novembro de 2013

VidaTempo


O tempo passa devagar enquanto a atenção divaga
Mas a calmaria do tempo é sempre muito rápida
O saudosismo ao ver o que já passou sempre amarga
As lembranças daquela paixão intensa e cálida

O que fazer com essa vida tão curta e frágil?
O tempo passa para a vida mesmo em letargia
É preciso tomar as rédeas e esquecer do plágio
Ser dono de sua própria história, o protagonista

Quando o tempo da vida chegar próximo do fim
Será um sorriso ou uma tristeza estampada no rosto?
O tempo não se preocupa com banalidades assim
Mas sempre vai passar independente do gosto


Tirinha por: Fábio Moon e Gabriel Bá

sexta-feira, 15 de novembro de 2013

Encontros Nada Casuais do Destino


"Ele anda cansado das baladas e dos casos furtivos sem sentimentos. Aprendeu a gostar da própria companhia, sem precisar estar em uma turma de amigos todos os sábados. Decidiu que quer um amor verdadeiro… que pode nem ser eterno, mas que traga um sabor doce às suas manhãs, que seja a melhor companhia para olhar a lua. Que ele possa exibir os seus dons na cozinha e o seu conhecimento em vinhos, só para ela.
Quer uma mulher que ele reconheça pelo cheiro dos cabelos, pelo toque dos dedos, pela gargalhada que vai ecoar pela casa transformando um domingo sem graça, no melhor dia da semana. Quer viver uma paixão tranquila e turbulenta de desejos… quer ter para quem voltar depois de estar com os amigos, sem precisar ficar “caçando” companhias vazias e encontros efêmeros. Quer deitar no tapete da sala e ficar observando enquanto ela, de short jeans, camiseta e um rabo de cavalo, lê um livro no sofá, quer deitar na cama desejando que ela saia do banho com uma lingerie de tirar o fôlego.
Quer brincar de guerra de travesseiros, até que o perdedor vá até a cozinha pegar água. Quer o poder que nenhum dos seus super heróis da infância tiveram… o poder de amar sem medo, sem perigo e sem ir embora no dia seguinte.
Quer provar que pode fazer essa mulher feliz!

Ela quase deixou de acreditar que seria possível ter vontade de se envolver novamente. Foram tantas dores, finais, recomeços e frustrações que pensou em seguir sozinha para não mais se machucar. Então percebeu que a vida de solteira já não está fazendo tanto sentido. Decidiu que quer um amor verdadeiro… que pode nem ser eterno, mas que possa acordá-la com um abraço que fará o seu dia feliz, quer um homem que ela possa cuidar e amar sem receios de que está sendo enganada. Quer a alegria dos finais de semana juntinhos, as expectativas dos planos construídos, o grito de “gol” estremecendo a casa quando o time dele estiver ganhando… a cumplicidade em dividir os segredos.
Quer observá-lo sem camisa, lendo o jornal na varanda… quer reclamar da bagunça no banheiro, rindo e gritando quando ele revidar puxando-a para o chuveiro, completamente vestida.
Quer a certeza de abrir a porta de casa e saber que mesmo ele não estando, chegará a qualquer momento trazendo o brigadeiro da doceria que ela gosta tanto. Quer beijar, cheirar, morder, beliscar e apertar para ter certeza que a felicidade está ali mesmo… materializada nele.
Quer provar que pode fazer esse homem feliz!

Eles estão por aí… sonhando um com o outro… talvez ainda nem se conheçam… mas é só uma questão de tempo, até o destino unir essas vidas que se complementam e estão ávidas para amar e fazer o outro feliz.
Ou alguém duvida que o universo traz aquilo que desejamos?"


Fonte: Internet

quinta-feira, 14 de novembro de 2013

Confirmações Duvidosas

Será que um dia irei dizer as mesmas coisas que já te disse?
Será que irei gastar horas conversando sobre assuntos além?
Será que trocaremos mais de mil mensagens sobre mesmices?
Será que ficarei horas com ela sentado num banco também?

Será que vou demorar muito pra te tirar do meu coração?
Será que ela vai demorar a aparecer como você demorou?
Será que irei amar como te amei e ainda amo um montão?
Será que um dia irei olhar pra ela e ver o que você me mostrou?

Será que tudo um dia vai finalmente dar certo pra mim?
Será que talvez essa ilusão de tentar algo não seja fácil assim?
Será que só quando estiver perto da chegada lá bem no fim
Irei confirmar se é ela ou se é você a estar dentro de mim

Mudança

Já havia preparado a sala de estar
Quartos, cozinha, copa, todos cômodos
O jardim já estava começando a brotar
Até os mínimos detalhes, todos prontos

Na minha mansão só faltava um item
Linda, esperta, geniosa, única e gentil
Você traria a luz que aqui dentro não tem
Traria a alegria e amor que nunca mais senti

Você até veio visitar a casa num final de semana
Não quis entrar, apenas apreciou tudo de longe
Depois de um tempo saiu rapidinho, à paisana
E agora apenas observa de longe, se esconde

Te procurei e te chamei pra vir comigo
Estava tudo pronto para você, tudo decorado
Mas você preferiu não vir e preferiu outro abrigo
Voltei sozinho pra casa, chateado mas aliviado

Agora vou ter que mover sua decoração daqui
Na minha mansão você não pode mais ficar
Não pretendo, do meu mundo, você apagar
Mas vou levar um tempo para tudo de casa retirar

Pra onde vou levar tudo isso? Ainda nem sei o que fazer!
Parece que qualquer outro lugar pra você é pouco
Talvez deva criar um espaço único como você?
Complicado mas talvez consiga antes de ficar mouco

Porque você não conseguiu vir pra cá?
Dos sentimentos mais belos você só vai ver os meus
Ainda assim iremos nos esbarrar aqui e acolá
É tão difícil esvaziar nossa casa e te dizer adeus...

Sonhos e Pensamentos

Sonhei com movimentos e encontros
Idas e vindas transpirando todo um mar
Tudo para mim sem urubus nem monstros
Apenas o momento respirando nosso o ar

Caminhada levemente colorida sob o céu
Braços dados como se disso dependesse a vida
Os encontros dos lábios sob o seu véu
A vida tão mais simples e eu de partida

Estrala os dedos da mão, pulso e pescoço
A normalidade de apenas estar contigo
Palpita o sentimento diferente, um esboço
Quer e não quer, totalmente ambíguo

Em que momento caminhos tão diferentes
Foram inventar de se entrelaçar dessa maneira?
Em minha solidão estávamos tão contentes
Eu e meu coração velho em volta da fogueira

Escondo num sorriso a vontade de sumir
Porque em meus braços não mais repousa
Gostaria de prosseguir e juntos descobrir
Mas agora só tenho uma velha e vazia lousa

Raiva e ódio sentidas no início do dia
Se traduziram em tristeza e imenso pesar
Pois agora minha mão está vazia
E meu coração sozinho novamente está

quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Movimento do Ódio

Eu ando pra trás
Instigo o capataz

Fúria na ponta do dedo
Motriz do temor e do medo

Grito, esperneio e bato
Chiclete na sola do sapato

Corre, vem e vai com o som
Volta! Não volte! "Boom"!!

Agito o ensaio sem rosas
Fervo as bolhas lacrimosas

Ira! Raiva! Desgosto!
Não quero ver o seu rosto!

segunda-feira, 11 de novembro de 2013

Pensamentos Ruins


Os pensamentos nem sempre vão
Para um lado muito bom de se ir
O que é ruim sai fora da proporção
E inunda todo espaço firme a ruir

Um aperto e uma angústia sem fim
Rugidos e barulhos em todo os cantos
Muitos dos monstros criados por mim
Quantas vezes já me peguei aos prantos?

É quando tudo se encontra mais que escuro
Que os olhos pesam e penso em fecha-los
Nunca mais abrir e se ver atrás do muro
Daí seu sorriso ressoa como um badalo

Por mais que a consciência diga sem esmoecer
Que existem outras coisas que valem a pena
Esses pensamentos insistem em aparecer
Mas só há luz quando você me sorri e acena


Tirinha por: Bianca

Encaixe Perfeito

Corações são formados por diversos componentes
Dentre eles temos a amizade, carinho e até a dor
Até mesmo em seus vários formatos são diferentes
Existe um fator que muda muita coisa: o amor

O amor modela o coração de maneira peculiar
Faz com que as curvas sejam mais macias ou não
Ou então começa diminuindo e tornando a alargar
Colorindo de várias cores ou apenas escuridão

Quando amamos nosso coração se encaixa no outro
Mas não pense que um entra no outro ou vice-versa
Não! Eles se encaixam como a prata combina com ouro
De uma maneira intrínseca, recíproca e quiçá inversa

O meu ainda está só procurando seu encaixe ardente
As vezes combina aqui e ali mas não completamente
Será que podemos dosar um pouco os ingredientes
Pra encaixar com ela independente do que diz a mente?

domingo, 10 de novembro de 2013

De Repente, Saudade

Porque você teve que ir embora tão cedo?
Tínhamos tantas coisas para fazer juntos
Vários lugares para explorar sem medo
Com você as horas passavam em minutos

Com você as coisas pareciam tão palpáveis
Sabe quando se sente que tudo é possível?
Nossas decisões eram diretas, simples e ágeis
Mas hoje estou perdido sem um norte visível

Nossos abraços se encaixavam como uma luva
Nossos beijos se beijavam na mesma intensidade
Nossos sorrisos saíam fáceis até em dias de chuva
Nossas carícias eram recíprocas e com afetividade

Porque hoje, de todos os dias que já passaram
Fui sentir a sua falta de maneira tão intensa?
Essas são velhas feridas que já cicatrizaram
Mas senti você me apertando como uma prensa

As lembranças vem em turbilhões ao falar seu nome
Tantas coisas que passamos, vivemos e amamos
O teu sentimento nutritivo que me saciava a fome
E que hoje me lembrei como, tímidos, começamos

Esta é uma história que talvez até possa ser versada
A Ilíada seria pequena perto de tantas memórias
Talvez um dia me aventure de maneira mais ousada
A relembrar o que vivemos, as nossas histórias

Sem você ao meu lado me sinto agora tão só
Parece que em meus caminhos não tenho abrigo 
Sem a sua companhia para limpar o meu pó
Empoeirado e sujo estou a sonhar contigo

Concordo plenamente que não exista alguém
Que chegue a ser metade do que você foi pra mim
Nem me preocupo muito em achar isso também
Sozinho estou a plantar sua flor no jardim

Lembra quando fomos na floricultura comprar
E lá você pegou um jasmim amarelo e branco
Colocou na orelha e começou a dançar
A jasmim passou a ser você pra mim a cantar

Se prestar atenção, ainda hoje ouço sua melodia
Se fecho meus olhos ainda consigo ver seu rosto
Com um pouco mais de esforço sinto sua carícia
Sem esforço algum sinto um aperto e um desgosto

Não sei porque hoje senti tanta a sua falta
Tenho certeza que amanhã tudo volta ao normal
Sei que você me vê e me cuida da sua nuvem mais alta
Enquanto isso eu vou seguindo, hora bem, hora mal

sexta-feira, 8 de novembro de 2013

(In)decisões

Quantas horas de pensamentos levaram
A me decidir pelo que diz a minha razão
As linhas de vínculos que se desataram
Decidi escolher e resguardar meu coração

Talvez eu me arrependa dessa decisão
Ainda não sei, porque ela ainda não é
Tudo vai menos pro sim e mais pro não
A cada passo mais fundo no rio perco o pé

Sei que tenho te causado mais problemas
Enquanto eu mesmo estou aqui tranquilo
Faz parte do gostar te ver feliz em Atenas
Mesmo que não seja ao meu lado, comigo

O tempo passa rápido e é muito cruel
Cansei de tentar apenas me aventurar
Falo muito sério como as estrelas do céu
Por você me apaixonei, com você quero estar

Não demore muito mais a se decidir
Eu entendo que é difícil tomar uma decisão
Mas meu coração em frangalhos está a ruir
E prefiro estar só a não ter seu coração

quinta-feira, 7 de novembro de 2013

Vertigem


Quantas cores ainda não tivemos
Outras tantas que ainda estão por vir
Aquelas viagens de barco sem remos
Aproveitando o tempo, o ir e o devir

Os momentos que me perdi em ti
Quando nada poderia nos atrapalhar
Seu corpo no meu, e eu sempre aqui
Coisas de quem está apenas a amar

Meu pensamento rodando em vielas
Um furor que aparece sem origem
Cores intensas em belas aquarelas
De tanto amar, me dá uma vertigem


Tirinha por: Paula Siebra

Saudades do seu Perfume

Sentiria a alegria, felicidade e euforia 
Sem nem esperar e saber que você viria
Sentiria aquela grande paz interior
Ao respirar em sua nuca, seu arrepio e tremor
Sentiria aquele sentimento chamado amor
Ao sentir seu perfume em mim, seu calor
Sentiria você por completo só ao respirar
Você por inteiro compondo o meu ar
Sentiria isso e muito mais
Se hoje eu não estivesse sozinho aqui no cais

Alfabetizando a Língua VII

Aqueles que desdenham do poder da leitura
Banalizando o conhecimento árduo e volátil
Construindo dramas dentro de sua amargura
Descobrindo o que não existe, que não é fácil

Explorei os caminhos intrínsecos à percepção
Fomentei o conhecimento das leituras assim
Garanti que a curiosidade não tivesse conclusão
Hoje já não sou apenas eu, mas vários em mim

Incrível os caminhos que as leituras podem levar
Jornadas incríveis que levam a pensar e indagar
Kubitsheck viveu 50 anos em 5 sem nem amargar
Ler, crescer e renascer, porque não tentar?

domingo, 3 de novembro de 2013

O sabor do seu Beijo

Sinceramente é quase impossível
Colocar em palavras algo tão...
Minha boca ainda está sensível
Seu toque e sabor, sem explicação

Senti o gosto da primavera nova
O sabor das flores desabrochando
A sensação que termina e se renova
A paz de suas esmeraldas me olhando

Senti o gosto das chuvas de verão
Ao sentir sua umidade me acolher
O toque afável e firme de sua mão
Meus lábios com muita sede de você

Senti os arrepios do vento de inverno
Quando mordendo você me beijou
Aquelas histórias escritas no caderno
Seu sabor de quero mais me conquistou

Senti a brisa suave e leve do outono
Ao sentir seu perfume bom e adocicado
Em meu coração a sensação de abandono
Quando em seu abraço me perdi, amado

Poderia essa sensação durar pra sempre?
Você em mim e eu em você como um só
Nem que eu, devagarzinho em você adentre
A memória desse beijo jamais há de virar pó


sábado, 2 de novembro de 2013

Sim, é possível

Como é possível estar tão distante
E ao mesmo tempo estar tão perto?

Como é possível te ver todo instante
Mesmo se meu olhar não está aberto?

Como é possível ouvir sua doce voz
Mesmo quando você não está aqui?

Como é possível seu perfume algoz
Se fazer sentir em meu respirar daqui? 

Como é possível sentir sua pele macia
Mesmo que minha mão nada foque?

Como é possível sentir sua magia
Se perto não estou de seu toque?

Como é possível amar tanto alguém
E mesmo assim, numa coisa profunda
Dizer e pensar para si mesmo que não
Que tudo, um dia, irá sim acontecer
E que você, minha, um dia há de ser