quarta-feira, 30 de junho de 2010

Saudades De Minha Casa

Sentiria o aconchego intenso
de sentar na poltrona da sala de estar
Sentiria o conforto denso
de minha cama com cheiro de lar
Sentiria a satisfação plena
de ter um lugar parar morar
Sentiria a intensidade amena
de sentar na varanda e apenas olhar
Sentiria isso e muito mais
mas minha casa, hoje não existe mais

terça-feira, 29 de junho de 2010

Andarilho

Fui para casa de meus pais
onde não morava mais
Mas ainda não achei
aquilo que me faltava

Fui para Brasília
de lá para Marília
mas ainda não achei
aquilo que procurava

Quando em Fortaleza parei
para um lanche fazer
sentada em uma mesa a avistei
aquela que eu queria conhecer

Levei muito tempo para te achar
andei por terra, andei por mar
mas agora que nos conhecemos
e juntos agora ficaremos
posso parar de caminhar
e finalmente fazer meu lar

Que bom ter achado você

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Amor

Amar nem sempre é estar junto
nem sempre estar por perto
nem sempre um conjunto
nem sempre um segundo
mas sempre afeto

Amar nem sempre nos traz alegria
nem sempre nos faz rir ao dia
nem sempre um ombro atento
mas vale cada momento

Amar é se entregar
sentir o calor chegar
quando a pessoa amada
na primeira hora da alvorada
num abraço apertado
com um beijo adocicado
acorda ao seu lado

sábado, 26 de junho de 2010

Alfabetizando a Língua I

Antes fosse, quando inspirado estava
Bebendo letras sóbrias e lendo
Cativado pela diversidade, almejava
Deter-me por mais tempo escrevendo

Enfim, contudo, em suma,
Faria tudo para que fosse mais fácil
Gravar na memória mais uma
Haveria talvez, quem sabe, um palavreado mais hábil

Versos para a Noite

Bela escuridão intensa
que nos banha com sua seda negra
por estrelas pontuada, densa.

Ela que disfarça
que faz graça
que estreita
que espreita

Em seu silêncio absoluto
apuro os ouvidos por um instante
ouvindo o nada inconstante
da noite em seu escuro luto

sexta-feira, 25 de junho de 2010

Saudades De Minha Infância

Sentiria o calor do sol no meu rosto
naquela brincadeira marota no parque
sentiria da terra o gosto
com a primeira queda, o baque
Sentiria o colo quente de minha mãe
enquanto meu cabelo ela alisava
Sentiria a emoção do meu primeiro carro
uma miniatura de um Camaro
Sentiria o furor alarmado
do primeiro pião jogado
Sentiria a liberdade sem insulto
se já não fosse agora um adulto

Um Cigarro

Apenas dois dedos bastam
para segurar a morte lenta
queimada e fumacenta
que insiste em nos tentar

Apenas uma chama fraca
uma simples tragada
afiada como ponta de faca
diretamente no teu peito, enfiada

Apenas o movimento do braço
trazendo mais um maço
de morte queimada e fumacenta
que te consumindo, se alimenta

Versos Distantes

Movo-me inquieto
um som, um dialeto
palavras perdidas no ar
mas que não conseguem falar

Tentaria pois cantar
achar uma maneira de se comunicar
com um mundo que já não sabe mais
como era a cultura,
a música, na época de seus pais

quinta-feira, 24 de junho de 2010

Perdas

Uma dor que não me deixa
me atormenta, me aleija
Tento ingerir alívio imediato
mas não tem como alterar tal fato

Daria tudo pra não ser assim
tudo que me é caro
para que eu tivesse novamente
minha perna, que perdi naquele acidente

Saudades Do Meu Amor

Sentiria o afeto morno
transpirado em sua pele efêmera
sentiria o carinho sincero
emanando de suas mãos de seda
Sentiria seu olhar intenso
me acariciando a alma
Sentiria tua voz doce
me sussurrando as mais belas palavras
Sentiria teu sabor suave
como se fosse a primeira vez
Sentiria o teu corpo inteiro
se você estivesse aqui

quarta-feira, 23 de junho de 2010

Primeiro Beijo

Diga-me o que tem no seu coração
será paixão, será ilusão

Vejo dúvida estampada em sua testa
pontuado por gotas de frio suor
ouço sua voz trêmula, pequena
sem saber o que o que é melhor

Talvez agora uma palavra não bastasse
um ato que terminaria tal impasse
o calor do seu abraço no próximo segundo
o sabor do teu beijo junto ao meu
perdi meu mundo

Arrependimento

Quem dera ter me formado
ou a meus filhos amor, ter dado

Poderia ter trabalhado mais
ter ficado mais tempo com meus pais

Talvez pudesse mudar o mundo
Ter vivido cada segundo

Não tenho mais tempo pra esse assunto
porque agora, já sou um defunto

terça-feira, 22 de junho de 2010

Paixão

Nem sempre um sorriso
as vezes um olhar
seu jeito incerto de me conquistar
me fez pensar

é certo?
é correto?
é de um jeito que não tem remédio

é você em mim
sou eu em você
é meu beijo beijando o seu
meu coração encostado ao teu

Despedido

Estive sempre aqui
fazendo muito por pouco
vivendo devagar
sem ao menos sonhar

Não estou mais lá
pareço perdido
quando acabo de saber
que fui despedido

Incompleto

Imagens incorretas
incertas
discretas

Não vejo com clareza
mas te achei
tenho certeza
tua foto, eu peguei

Imagens incorretas
incertas
concretas

Lembro saudoso
aquele tempo gostoso
que acabou de repente
naquele acidente

Imagens incorretas
incertas
Incompletas

Pois agora me falta você

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Televisão

Intrincados pensamentos fúteis
Fluindo como água corrente
Se fixando como cola quente
em redemoinhos inconstantes
de diversidades inúteis

Idéias porcas que ficam
que marcam
que dizem menos que nada
que babaca

Limpo a mente
agora dormente
de tanta tolice
nessa televisão
que nada me disse

Gestos

Um simples gesto
Por mais singelo
Pode ser muito
Pode ser tudo

Um rabisco no ar
Que diz, que fala
Sem palavra, sem sons
Um gesto

Aquele de leve
Que some e a aparece
Que deixa sua marca
Mulheres

Fim de Namoro

Um carinho rude
Um amor descrente
Tentando ser diferente
Embora estranho, distante

Tão perto como a Terra da Lua
Tão longe como um olho do outro
Você se perde em sua mente
Desconexa com suas idéias fúteis
Esquecendo, deixando de lado
O amor de seu amado

Bêbado

Perdido com suas incertezes desconexas
Tal qual suas amizades anexas
Sendo o que nao se é
Perdendo sua identidade pra ralé
Se deixando esquecer o principal
Teu endereço na caixa postal