Debruçado no parapeito gelado
da janela de madeira do meu quarto
Tentei ver as curvas que fazia o vento
olhando lá fora, mas também aqui dentro
Vi na velha aroeira plantada com muito amor
meu coração frondoso, cheio de vida e cor
Na rua sem pavimento e sem placas
minha alma sofrida e cheia de marcas
No muro quente de sol com latarias encostadas
quantas coisas suportei dentre várias pancadas
Naquela pipa esquecida, eletrocutada e enroscada nos cabos
Sonhos e planos cultivados mas totalmente arrasados
Naquele dia ensolarado e nublado
O início de um novo começo, com você ao meu lado.
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