Hoje acordei decidido a renovar
Organizar minha bagunça eterna
Com água e sabão estava indo lavar
Mal entrei e já machuquei a perna
A bagunça era tal que me vi perdido
Será que começo pelo coração?
Ou talvez comece pela libido?
Sei lá, é tanta indecisão!
Por mais incrível que pareça
Decidi começar pela memória
E ali me vi mergulhando de cabeça
Na minha vida, na minha história
Me vi andando na primeira bike
E então já relembrei meu primeiro amor
Tantas primeiras coisas que levei um baque
Ao sentir na pele tanto frio e tanto calor
Viajei em minhas memórias como nunca antes
Me vi pequeno e me vi meio grande
Me vi deixar de ser apenas um moleque infante
Para me tornar um homem, um amante
Naquela bagunça encontrei a ordem
A ordem que segue a bagunça eterna
Dos agenciamentos e encontros de bem
Daquele banquinho que me machucou a perna
Naquele banco torto e rabiscado
Encontrei apenas um porta retrato
Nele havia nossa foto lá no telhado
Seu sorriso maroto, sempre pacato
Percebi e vi que aquele banquinho
Não mais ocupava o centro da bagunça
Mas sim um lugar com carinho
Sempre próximo àquele coração que pulsa
Acho que comecei a organização errado
Mal comecei e já me vi todo sujo
Sujo de poeira e de teias do telhado
Mais imundo que um marujo
Percebi que aquela bagunça era meu eu
Quem me fazia ser quem sou hoje e sempre
Naquela bagunça sempre guardarei você
Não interessa quem serei ou quem virei a ser
AMEI esse texto, cara, amei.
ResponderExcluirTambém gostei demais!!!
ResponderExcluir