segunda-feira, 2 de junho de 2014

De Vida à Morte

Aprendendo a caminhar, ó pequeno?
Seus primeiros passos a desenrolar
Andaste, agora, neste clima ameno
Já é hora de não mais engatinhar

Onde vai com tanta pressa, ó jovem?
Parece estar sempre a correr solto
Rápido neste clima turbulento você vem
E vai como se o tempo fosse pelo esgoto

Ainda sentado neste banco, ó seu moço?
Aprendeste que a pressa nem sempre convém
Com passos inseguros num clima sem alvoroço
Começa a pensar naquilo que vai e que vem

Acomodaste seu ser por aí, ó senhor?
A graça de aproveitar a vida em seu tempo
Caminhadas leves e seguras nesse dia de calor
Conhece os pormenores como num passatempo

Estar a definhar ainda por aí, ó ancião?
O fim se aproxima e a lembrança é memorável
Já não mais caminha ao sol, mas vê a palma da mão
O que já passou retorna, e o que passará é volátil

Cansada de seu redemoinho, ó vida?
Quando tudo é escuro e já não existe norte
No por do sol não importa débito, nem dívida
Quando se transforma em nada, ó morte

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