segunda-feira, 30 de junho de 2014

Rios de Lembranças Estelares

Lembranças me inundam como um rio
Sua voz, por vezes rouca, sussurrava baixo
Parecia que andávamos sempre por um fio
Prestes a cair no esquecimento logo abaixo

Hoje já não ouço mais seu respirar
Já não sinto mais o seu toque caloroso
Saudoso, lembro de seu lindo olhar
É sempre tão bom, mas também tão doloroso

Parece que ontem estávamos juntos em casa
Mas quando reparo, vejo que os anos correram
Em meu peito ainda se sustenta uma leve brasa
Com a velocidade, os anos se comprometeram

Duas vidas interrompidas sem precedente
Como gostaria de estar contigo nesse momento
Mas todos aqueles meses passaram tão de repente
É difícil superar esse profundo desalento

De todos olhos que já olhei e apreciei
O único par que pude olhar o lado mais íntimo
Foram seus dois olhos castanhos, eu sei
Juntos aos meus poderiam ser os últimos

Porque essa ferida insiste em doer assim?
Você foi pra mim o que ninguém conseguiu ser
Ainda é mais do que já foi perto do fim
Mas essa dor não some, essa falta de você

Inexoravelmente sei que jamais irá voltar
Não consigo achar em ninguém nada de você
Nem mesmo um décimo do queria experimentar
Parece que para mim só foi feito um único ser

Ver nossas memórias tão escancaradas assim
Como se o ontem queimasse naquelas centelhas
Me pego pensando 'e se não tivesse chegado um fim?'
Será que eu ainda falaria que a culpa é das estrelas?

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Desde já agradeço o comentário. Volte mais vezes!