segunda-feira, 29 de setembro de 2014

Chove em meu Abraço


A chuva respinga em meus sapatos azuis
Por vezes parece que chove ao contrário
Nesse vento gelado não tenho nem um capuz
Só tenho suas lembranças no meu armário

Com esse som da chuva, quase ouço você
Memórias que abarrotam caixas e mais caixas
Quantas vezes a chuva coroou as tardes com glacê
Transformou em bons todos os momentos sem graça

Olho para a rua à frente e vejo apenas o comum
Jogo para o alto minha única proteção contra nada
Os sentimentos, as vozes, os amores com gosto de rum
Até mesmo o seu clarão antecedendo a trovoada

Abraço, sim, toda a chuva que me cabe abraçar
Neste abraço tento englobar o claro e o escurecer
Abraço forte até nenhuma gota cair, nenhuma sobrar
E com estas rimas pobres meu abraço vai crescer
Até me ver abraçando ninguém menos que você


Arte por: Gervasio Troche

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