Eu era vazio, um vácuo, mudo
Abandonado e esquecido de tudo
Eu era nada e do nada me alimentava
Perdido, decaído e murcho, caminhava
Eu era o não ser da existência humana
Um corpo aleatório que nem calor emana
Eu era o senso comum, vazio de si
Sem conteúdo, sem começo, sem fim
Eu era o inominável calar da noite
Que anseia por findar tudo, até a morte
Eu era e ao mesmo tempo não era nada
Era porque ainda sou algo nessa jornada
Era, sou, serei
Era vazio
Sou, de você, repleto
Serei enquanto você aqui estiver
segunda-feira, 28 de janeiro de 2019
terça-feira, 22 de janeiro de 2019
Sem Sair
Uma palavra circulava sem fim
Sair
E saindo iria se esgueirar à luz tardia
Contemplaria outras vistas sem sentir
Não mais se estressaria dia após dia
Outra palavra rodou rapidamente
Paciência
Já esteve paciente por tanto tempo
Será que não deveria por um fim
Nessa situação com tanto desalento?
Mais uma palavra circundou sorrateira
Amor
Claro que amo e nunca deixarei de amar
Que palavra boba para aparecer agora
Logo eu, tanto amor quanto água no mar
Uma última palavra veio rodopiando
Abraço
E a abracei tal navio abraça o cais
Sem querer sair nem me evanescer
Com toda paciência a amei demais
Num enorme abraço tudo voltou a ser
Sair
E saindo iria se esgueirar à luz tardia
Contemplaria outras vistas sem sentir
Não mais se estressaria dia após dia
Outra palavra rodou rapidamente
Paciência
Já esteve paciente por tanto tempo
Será que não deveria por um fim
Nessa situação com tanto desalento?
Mais uma palavra circundou sorrateira
Amor
Claro que amo e nunca deixarei de amar
Que palavra boba para aparecer agora
Logo eu, tanto amor quanto água no mar
Uma última palavra veio rodopiando
Abraço
E a abracei tal navio abraça o cais
Sem querer sair nem me evanescer
Com toda paciência a amei demais
Num enorme abraço tudo voltou a ser
sexta-feira, 18 de janeiro de 2019
Vento
Jogado e esticado
Caindo sempre de lado
Voando sem rumo certo
Nunca longe, nunca perto
Vendaval de moléculas
Brisas nada maléficas
Lufadas pesadas de ar
Vento que venta quer ventar
O vento, ventania, vendaval
Vem pra cá, venerável e viral
Em todo lugar que venta o vento
Venta na alma um pouco de alento
Venta no coração alheio a esperança
Venta ó vento, o vento de cada criança
Caindo sempre de lado
Voando sem rumo certo
Nunca longe, nunca perto
Vendaval de moléculas
Brisas nada maléficas
Lufadas pesadas de ar
Vento que venta quer ventar
O vento, ventania, vendaval
Vem pra cá, venerável e viral
Em todo lugar que venta o vento
Venta na alma um pouco de alento
Venta no coração alheio a esperança
Venta ó vento, o vento de cada criança
segunda-feira, 14 de janeiro de 2019
A Transa
Apertado, apertei seus apertos íntimos
Passei minhas mãos por suas passagens
Sutilmente com sutis movimentos ínfimos
Me embebedei em suas belas paisagens
Esfreguei o esfregão da minha mão na sua
Cada gota de suor se unindo em uma só
Quente como o sol queimando a lua
A dois, um par, uma dupla, ambos, nós
Entramos na entrada do subjetivo libidinal
Luzes ofuscantes em nossos olhos famintos
O começo de tudo, nosso big bang pessoal
A plenitude, o gozo, emaranhados labirintos
A realização completa do presente momento
Nunca será possível replicar a réplica da cama
Esquecemos, pois, do esquecido esquecimento
De sentir novamente o corpo de quem se ama
Passei minhas mãos por suas passagens
Sutilmente com sutis movimentos ínfimos
Me embebedei em suas belas paisagens
Esfreguei o esfregão da minha mão na sua
Cada gota de suor se unindo em uma só
Quente como o sol queimando a lua
A dois, um par, uma dupla, ambos, nós
Entramos na entrada do subjetivo libidinal
Luzes ofuscantes em nossos olhos famintos
O começo de tudo, nosso big bang pessoal
A plenitude, o gozo, emaranhados labirintos
A realização completa do presente momento
Nunca será possível replicar a réplica da cama
Esquecemos, pois, do esquecido esquecimento
De sentir novamente o corpo de quem se ama
terça-feira, 8 de janeiro de 2019
Sem Sentido Além do Sentido
Conhecia as cores, os sons e os aromas
Viu e desviu o passar do tempo a voar
Da solidão já apresentava os sintomas
Mas sabia de tudo o seu devido lugar
Tudo que compreendia sua visão
Das águas que caíam ali por perto
Até os perfumes além da compreensão
Seu único medo era que fosse deserto
Árido fosse o solo brando a seus pés
Quem me dera ser mais do que posso
Almejo mas não me rendo ao desejo
Me visto, sem saber, de remorso
Explodem aromas aos pulmões abertos
Nas emulsões e misturas que completam
Percorro com pressa caminhos secretos
Que para todas as sensações, carregam
Olhos se fecham, concentrados em sentir
Os tímpanos reverberam ondas vorazes
Na pele a amargura do ser sem permitir
Ser mais que sentidos afiados e sagazes
Viu e desviu o passar do tempo a voar
Da solidão já apresentava os sintomas
Mas sabia de tudo o seu devido lugar
Tudo que compreendia sua visão
Das águas que caíam ali por perto
Até os perfumes além da compreensão
Seu único medo era que fosse deserto
Árido fosse o solo brando a seus pés
Quem me dera ser mais do que posso
Almejo mas não me rendo ao desejo
Me visto, sem saber, de remorso
Explodem aromas aos pulmões abertos
Nas emulsões e misturas que completam
Percorro com pressa caminhos secretos
Que para todas as sensações, carregam
Olhos se fecham, concentrados em sentir
Os tímpanos reverberam ondas vorazes
Na pele a amargura do ser sem permitir
Ser mais que sentidos afiados e sagazes
quinta-feira, 3 de janeiro de 2019
Acontecido Ano Estranho
Refletindo a minha miudeza
Ano estranho, esse que passou!
Mesmo que cheio de incertezas,
Sinto que eu mudei e tudo mudou!
Ideias antes escondidas tomam forma
No discurso antes velado se constroem
Finalmente vi que sempre foi um dogma
Estevam lá, escondidos enquanto corroem
Muitas coisas boas aconteceram, certamente!
Embora numa proporção um tanto quanto confusa
Muitas vezes taciturna, silenciosa, quieta e veemente
Outras vezes barulhenta, agitada, buliçosa e obtusa
Como de praxe, algumas coisas não aconteceram
Tomo total responsabilidade nessa ociosidade
Ideias verdes e atormentadas amadureceram
Práticas antigas definharam com a idade
Foi um período bem estranho, enfim
Aconteceram coisas e outras não
Aconteci muito pouco em mim
Aconteceu longe do coração
Tudo muito estranho, não?
Eu não saberia dizer
Vejo só um clarão
Daquilo que está
Para acontecer!
Ano estranho, esse que passou!
Mesmo que cheio de incertezas,
Sinto que eu mudei e tudo mudou!
Ideias antes escondidas tomam forma
No discurso antes velado se constroem
Finalmente vi que sempre foi um dogma
Estevam lá, escondidos enquanto corroem
Muitas coisas boas aconteceram, certamente!
Embora numa proporção um tanto quanto confusa
Muitas vezes taciturna, silenciosa, quieta e veemente
Outras vezes barulhenta, agitada, buliçosa e obtusa
Como de praxe, algumas coisas não aconteceram
Tomo total responsabilidade nessa ociosidade
Ideias verdes e atormentadas amadureceram
Práticas antigas definharam com a idade
Foi um período bem estranho, enfim
Aconteceram coisas e outras não
Aconteci muito pouco em mim
Aconteceu longe do coração
Tudo muito estranho, não?
Eu não saberia dizer
Vejo só um clarão
Daquilo que está
Para acontecer!
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