terça-feira, 26 de fevereiro de 2019

O Medo do Medo

Aperto meu miocárdio sem fim
A angústia permeia cada gotícula
Do suor que transborda em mim

Apareço e desapareço aos olhos
A memória escorre entre os neurônios
Olhos em total desconforto, simplórios

A garganta segue o caminho oposto
Seca tal qual o Saara em seu dia mais longo
Engulo saliva para preencher meu desgosto

Pisco várias vezes como se resolvesse
Mas a ânsia por dar errado fala mais alto
Como se meu eu de mim se perdesse

Peço uma pausa e respiro abissalmente
O erro, se vir, virá bem pomposamente

Nem depois, tampouco previamente
Sempre durante, sempre presente

O que ocupa minha mente, então?
O medo do momento ou não?

O medo de ter medo de errar
O medo de ter medo de não controlar

O medo de ter medo de repetir
O medo de ter medo de não conseguir

O medo de ter medo
Do medo

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