Sonoros passarinhos
Parecem cada vez mais
Com as estrelas no céu
Crianças e seu toddynho
Vistas imaginárias de si
Galopam as ondas a milhão
Pra cá, pra lá, num frenesi
O barulho do caminhão
A água oscila em mim
E de mim se alimenta
Rodopia quase sem fim
Me consola, acalenta
segunda-feira, 8 de julho de 2019
quinta-feira, 20 de junho de 2019
Dos meus sofreres, vazios e dores
Julguei devido meu sofrer
De migalhas me satisfiz
Pouco me importei em ser
Com quase nada me nutri
Ponderei calado minha dor
Apenas aceitei suas pontadas
Sem tirar, nem mover, nem por
Todas as vozes em mim, caladas
Aceitei sozinho meu vazio
Sem nada, sem começo ou fim
Apenas eu, pequeno e aflito
Tons de preto, carvão e nanquim
Vivi sozinho minhas angústias
Porque foi assim que aprendi
Resolvo, sem dor, sem culpas
Só de mim sempre dependi
Chorei aflito meu coração
Despedaçado e retalhado
Duro de tanto ir ao chão
Mole de tanto ser martelado
Quantas coisas vivi e senti
Apesar de tudo foi aí que me fiz
Se hoje sou é porque aprendi
A ser tudo isso e mais um pouco
Um pouco triste, um pouco feliz
De migalhas me satisfiz
Pouco me importei em ser
Com quase nada me nutri
Ponderei calado minha dor
Apenas aceitei suas pontadas
Sem tirar, nem mover, nem por
Todas as vozes em mim, caladas
Aceitei sozinho meu vazio
Sem nada, sem começo ou fim
Apenas eu, pequeno e aflito
Tons de preto, carvão e nanquim
Vivi sozinho minhas angústias
Porque foi assim que aprendi
Resolvo, sem dor, sem culpas
Só de mim sempre dependi
Chorei aflito meu coração
Despedaçado e retalhado
Duro de tanto ir ao chão
Mole de tanto ser martelado
Quantas coisas vivi e senti
Apesar de tudo foi aí que me fiz
Se hoje sou é porque aprendi
A ser tudo isso e mais um pouco
Um pouco triste, um pouco feliz
terça-feira, 18 de junho de 2019
Corrompido Interesse
Mentiras, desencontros, conluios e afins
Em mentes vorazes por controle e poder
Motivos escusos, vazios de si e chinfrins
Corrompem tudo que tocam sem se conter
Os mecanismos que garantem o bem comum
Se esvaem no interesse próprio e corrupções
Até quando aceitaremos calados esse 0 a 1?
Até quando aceitaremos tantos ladrões?
[de colarinho branco]
Em mentes vorazes por controle e poder
Motivos escusos, vazios de si e chinfrins
Corrompem tudo que tocam sem se conter
Os mecanismos que garantem o bem comum
Se esvaem no interesse próprio e corrupções
Até quando aceitaremos calados esse 0 a 1?
Até quando aceitaremos tantos ladrões?
[de colarinho branco]
segunda-feira, 10 de junho de 2019
Interpretação Voraz
Falei apenas um a e você entendeu um b
Pedi um pouco de paz e você quis guerra
Tentei de amar e você duvidou do meu ser
Quis te manter no céu mas você caiu na terra
Falei as falas mais simples e inocentes
Um sorriso amargo, um olhar de soslaio
Um meme antigo nada convincente
Um humor alterado, tal qual um raio
Sua defensiva me provoca a atacar
Mesmo quando não quero, cá estou
Não quero atacar, quero apenas amar
Mas de um a prum b tem aquela briga
que não
acabou
Pedi um pouco de paz e você quis guerra
Tentei de amar e você duvidou do meu ser
Quis te manter no céu mas você caiu na terra
Falei as falas mais simples e inocentes
Um sorriso amargo, um olhar de soslaio
Um meme antigo nada convincente
Um humor alterado, tal qual um raio
Sua defensiva me provoca a atacar
Mesmo quando não quero, cá estou
Não quero atacar, quero apenas amar
Mas de um a prum b tem aquela briga
que não
acabou
domingo, 26 de maio de 2019
Rico de Nada
Olhei para ti e nada vi
Olhei para mim sem ver
Não ouvi a canção do bem-te-vi
Perdi aquele programa de TV
Daquele prato não senti o gosto
O toque sutil me foi sem ser
A felicidade veio e foi tantas vezes
Que fico pensando se perdi algo
Enquanto tentava enriquecer
Olhei para mim sem ver
Não ouvi a canção do bem-te-vi
Perdi aquele programa de TV
Daquele prato não senti o gosto
O toque sutil me foi sem ser
A felicidade veio e foi tantas vezes
Que fico pensando se perdi algo
Enquanto tentava enriquecer
sábado, 25 de maio de 2019
O Copiador
Com cópia enviei meus sentimentos
Mas também os recebi copiados
Copiei o que me disseram aos ventos
E os vi caminhando descabelados
Eu daria minha vida pra ser autêntico
Mas infelizmente sou uma cópia da cópia
No começo achei que pudesse ser excêntrico
Mas logo descobri que nessa vida tudo é cópia
Entre as mais complexas mímeses
Esta civilização se ergueu sob cópias
De mentes, ideias, heróis e nêmesis
Cópias distópicas, microscópicas, cópias
Copiei e continuar a copiar me acalenta
Talvez, quem sabe, no meu último momento
Naquele último suspiro da morte lenta
Minha cópia acabe e eu seja novo rebento
Sem cópias
Espasmos de morte só meu
Sem cópias
Caindo sem parar
...ópias
Olhos
...ias
Adeus.
Mas também os recebi copiados
Copiei o que me disseram aos ventos
E os vi caminhando descabelados
Eu daria minha vida pra ser autêntico
Mas infelizmente sou uma cópia da cópia
No começo achei que pudesse ser excêntrico
Mas logo descobri que nessa vida tudo é cópia
Entre as mais complexas mímeses
Esta civilização se ergueu sob cópias
De mentes, ideias, heróis e nêmesis
Cópias distópicas, microscópicas, cópias
Copiei e continuar a copiar me acalenta
Talvez, quem sabe, no meu último momento
Naquele último suspiro da morte lenta
Minha cópia acabe e eu seja novo rebento
Sem cópias
Espasmos de morte só meu
Sem cópias
Caindo sem parar
...ópias
Olhos
...ias
Adeus.
segunda-feira, 22 de abril de 2019
Marés de Incertezas
Formas indistintas em mim
Certezas se aproximam e não
Dúvidas espreitam até o fim
Sombras bruxuleantes no chão
As cores monocromáticas somem
Em uma brisa leve que me açoita
Me perco entre cores que me comem
Respiradas rápidas e afoitas
Me agarro às barras fortemente
Cá estou, aqui me faço, eu sou
Olho para mim ainda descrente
Furacão discreto que se dissipou
Ainda espantado, finjo segurança
Enquanto nado no mar da incerteza
Ainda que me agarre só à esperança
Prossigo inexorável junto à correnteza
Certezas se aproximam e não
Dúvidas espreitam até o fim
Sombras bruxuleantes no chão
As cores monocromáticas somem
Em uma brisa leve que me açoita
Me perco entre cores que me comem
Respiradas rápidas e afoitas
Me agarro às barras fortemente
Cá estou, aqui me faço, eu sou
Olho para mim ainda descrente
Furacão discreto que se dissipou
Ainda espantado, finjo segurança
Enquanto nado no mar da incerteza
Ainda que me agarre só à esperança
Prossigo inexorável junto à correnteza
sábado, 20 de abril de 2019
"Mais Melhor"
Não nasci de parto normal
Fui retirado do meu lugar
Acreditei que tudo era igual
Mas não sabia diferenciar
Fui sistematizado em normas
Regras de conduta e tantas leis
Aprendi a apreciar as formas
Já as saboreava aos dezesseis
Aprendi que aprender não eram
Das vantagem mais vantajosas
Aprendi a ser então, ignorante
Ideias corrosivas, pegajosas
Me ensinaram a agir igual
A maioria, o todo, o conjunto
Sem pensar além do atual
Apenas cale, atue, sem assunto
Enfadado me exauri de atuar
Porque ser sem questionar?
Tantas coisas estão fora do ar
Porque devo repetir sem pensar?
Hoje sou programado para ser
Cada dia uma pessoa melhor
Menos tóxico, menos você
Mais eu, mais tudo, mais melhor
Fui retirado do meu lugar
Acreditei que tudo era igual
Mas não sabia diferenciar
Fui sistematizado em normas
Regras de conduta e tantas leis
Aprendi a apreciar as formas
Já as saboreava aos dezesseis
Aprendi que aprender não eram
Das vantagem mais vantajosas
Aprendi a ser então, ignorante
Ideias corrosivas, pegajosas
Me ensinaram a agir igual
A maioria, o todo, o conjunto
Sem pensar além do atual
Apenas cale, atue, sem assunto
Enfadado me exauri de atuar
Porque ser sem questionar?
Tantas coisas estão fora do ar
Porque devo repetir sem pensar?
Hoje sou programado para ser
Cada dia uma pessoa melhor
Menos tóxico, menos você
Mais eu, mais tudo, mais melhor
quinta-feira, 11 de abril de 2019
Igualitariedade
Práticas incessantes
Incestas e massantes
Repetitivas e funestas
Constantes, incertas
Um vai e vem diário
Comer depois armário
Volta e repete de novo
Ano novo após de ano novo
Trabalha, escreve, volta
Volta, escreve, trabalha
Pra mesmice faço escolta
Todo dia a mesma batalha
Igual a todos os dias
Idêntico em igualdade
Igualitárias moradias
Maldita igualitariedade
Incestas e massantes
Repetitivas e funestas
Constantes, incertas
Um vai e vem diário
Comer depois armário
Volta e repete de novo
Ano novo após de ano novo
Trabalha, escreve, volta
Volta, escreve, trabalha
Pra mesmice faço escolta
Todo dia a mesma batalha
Igual a todos os dias
Idêntico em igualdade
Igualitárias moradias
Maldita igualitariedade
quinta-feira, 4 de abril de 2019
Afundando Há Anos
Me afoguei no mar da incerteza
Bati meus braços tentando subir
Mas fui arrastado pela correnteza
Meu desejo era apenas existir
A insegurança pelos pés me puxava
Minha depressão fez peso pra descer
Minha ansiedade me estrangulava
Meu medo falava que ia morrer
Cair no esquecimento vazio
Sem fundo, sem frestas, sem nada
Porque tantos pesos, tantas amarras
Porque era tão difícil dar uma braçada?
Depois de anos ainda estou caindo
Não sei bem se um dia vou parar
Mas por hora ainda me vejo indo
Preciso parar e me concentrar
Engraçado que sei o que preciso
Mas é tão mais fácil falar
Porque me sinto tão indeciso?
Preciso me mover, preciso mudar
Bati meus braços tentando subir
Mas fui arrastado pela correnteza
Meu desejo era apenas existir
A insegurança pelos pés me puxava
Minha depressão fez peso pra descer
Minha ansiedade me estrangulava
Meu medo falava que ia morrer
Cair no esquecimento vazio
Sem fundo, sem frestas, sem nada
Porque tantos pesos, tantas amarras
Porque era tão difícil dar uma braçada?
Depois de anos ainda estou caindo
Não sei bem se um dia vou parar
Mas por hora ainda me vejo indo
Preciso parar e me concentrar
Engraçado que sei o que preciso
Mas é tão mais fácil falar
Porque me sinto tão indeciso?
Preciso me mover, preciso mudar
quarta-feira, 3 de abril de 2019
Conto Dias
Conto dias como números
Finitos, definidos e aflitos
Conto também dias efêmeros
Imperceptíveis, destemidos
Conto dias em fila indiana
Um após o outro sem fim
Conto de forma cotidiana
Nada de bom ou ruim
Conto quantas vezes contei
Conto e reconto sem contar
Conto e juro que tudo sei
Conto comigo para contar
Finitos, definidos e aflitos
Conto também dias efêmeros
Imperceptíveis, destemidos
Conto dias em fila indiana
Um após o outro sem fim
Conto de forma cotidiana
Nada de bom ou ruim
Conto quantas vezes contei
Conto e reconto sem contar
Conto e juro que tudo sei
Conto comigo para contar
segunda-feira, 18 de março de 2019
Dedos em Riste
Dedos em riste, apontados, afiados
Quanta preocupação com o alheio
Porque descrever erros escancarados?
Tantos dedos em riste tal qual tiroteio
Dedo que se converte em língua
Preparadíssima em destilar o ódio
Envenenar o caráter e o deixar à míngua
Nunca deixar subir em qualquer pódio
Será que o medo de se ver é tão grande assim?
Talvez seja insuportável aceitar a si mesmo
Ou tão alheios de si nos encontramos no fim
Que nem olhamos pra si, preferimos ficar a esmo
São tantas questões mal resolvidas
Tantas imperfeições esperando resposta
Inúmeros medos se escondendo nas esquinas
Incontáveis problemas esperando um agora
Mas ao invés de olharmos pra si
Nos esquivamos e olhamos pra fora
Os porquês são inúmeros em mim e em ti
Olhe pra si, deixe os outros viverem
Cada qual o seu agora
sexta-feira, 8 de março de 2019
Oito de Março, Meu Caro
Neste dia se comemora toda mulher
Não apenas as festas e homenagens
Porque elas merecem aplausos de pé
Mas também idas, vindas e passagens
Passagens pelos corredores da dor
Sentida por 129 mulheres queimadas
Passagens pelos corredores morte
Em 2019 mais de 130 assassinadas
Eu, é claro, não me vejo na posição
De elogiá-las por seus feitos heroicos
Porque sou cúmplice da situação
Usufruo dos benefícios históricos
Sou homem e, portanto, co-autor
Do machismo, do feminicídio e da dor
Quantas vezes impedi aquele "bom" senhor
De tratar mal sua companheira com ardor?
Nehuma!
Gostaria que nesta data comemorativa
Para além dos parabéns efervescentes
Pudéssemos ter a pequena iniciativa
De repensar aquelas atitudes latentes
Que não se pronunciem palavras que agridem
Para que não precise existir tantas heroínas
Pois todas já o são somente por existirem
Que sejamos sim iguais, sem medo, sem sina
Que você meu caro, a quem me dirijo
Não repita os erros de seus pais valentões
Que não seja inflexível, implacável, rijo
Que possa coexistir e não ostentar culhões
Que nós homens desçamos do pedestal
de sangue, de carne, de suor feminino
E possamos caminhar juntos, tal qual
Seres humanos que se respeitam
Se amam
Se identificam
Se constroem
Se completam
Se compõe
Em face do desatino
Não apenas as festas e homenagens
Porque elas merecem aplausos de pé
Mas também idas, vindas e passagens
Passagens pelos corredores da dor
Sentida por 129 mulheres queimadas
Passagens pelos corredores morte
Em 2019 mais de 130 assassinadas
Eu, é claro, não me vejo na posição
De elogiá-las por seus feitos heroicos
Porque sou cúmplice da situação
Usufruo dos benefícios históricos
Sou homem e, portanto, co-autor
Do machismo, do feminicídio e da dor
Quantas vezes impedi aquele "bom" senhor
De tratar mal sua companheira com ardor?
Nehuma!
Gostaria que nesta data comemorativa
Para além dos parabéns efervescentes
Pudéssemos ter a pequena iniciativa
De repensar aquelas atitudes latentes
Que não se pronunciem palavras que agridem
Para que não precise existir tantas heroínas
Pois todas já o são somente por existirem
Que sejamos sim iguais, sem medo, sem sina
Que você meu caro, a quem me dirijo
Não repita os erros de seus pais valentões
Que não seja inflexível, implacável, rijo
Que possa coexistir e não ostentar culhões
Que nós homens desçamos do pedestal
de sangue, de carne, de suor feminino
E possamos caminhar juntos, tal qual
Seres humanos que se respeitam
Se amam
Se identificam
Se constroem
Se completam
Se compõe
Em face do desatino
Corações que Amam
Costumo pensar no amor como uma ação
Um substantivo não faz jus ao ato de amar
Amor romântico também me soa como ilusão
Porque amor é cotidiano, receber e também doar
Esse movimento constante e intenso entre partes
Que juntas produzem amor enquanto se atritam
Se constrói entre, no meio, nas similaridades
É sempre uma relação mútua que em dois habitam
E sabe o que muda quando pensamos amor na relação?
Esses dois podem ser qualquer um ou uma coisa qualquer
Uma pessoa, um objeto, um animal ou uma sensação
Desde que recíproca, o amor entre quem doa e quem quer
Por isso que o amor não deve ser dado papel de substantivo
Ele nos compõe, nos define e incrementa as sensações
Nunca nos leva a nada porque não é um objeto ativo
É algo que criamos momentaneamente entre corações
"Matei por que a amava"
"Espanquei porque amo demais esta mulher"
"Se não for para me amar, que se desove numa cova rasa"
"A amo do fundo do coração, ela não me ama porque não quer"
Dar o valor de objeto para uma ação o faz tomar atitudes
Atitudes que não estão no amor e sim na pessoa em questão
Não culpemos um sentimento por nossas vicissitudes
Não amemos irresponsáveis do alcance da nossa mão
Que possamos amar e ser amados enquanto satisfação
Conhecer um ao outro, incontestável e íntima relação
O amor não é um objeto para ser apenas de um, não
É construído mutuamente por mais de um coração
Corações de carne, de gelo, de pedra, inexistentes e invisíveis
Corações que se completam, se contradizem e se enamoram
Corações independentes, responsáveis, conscientes e compatíveis
Corações diferentes que se atritam e, ao amar, se concretizam
Tirinha e inspiração original: Andressa Munhoz
segunda-feira, 4 de março de 2019
Reimagine
Imagine seu desejo mais íntimo
Sua sensação mais estonteante
O pequeno detalhe mais ínfimo
Imagine tudo em uma estante
Imagine como estariam alocados
Cada prateleira cheia de imaginação
Seria por ordem ou talvez bagunçados?
Não importa quão grandes cabem em sua mão
Imagine o céu azul a brilhar diariamente
Imagine o barulho da água sempre a cair
O cantar dos pássaros incessantemente
O vento tocando a pele, refrescante devir
Agora sua imaginação cresce cada vez mais
As delimitações das retas se tornam curvas
O limiar das palavras não mais satisfaz
Os pontos são infinitos e as visões ficam turvas
Agora continue sem mim
Exercite sua imaginação
Nunca ponha a ela um fim
Reimagine toda a criação
Sua sensação mais estonteante
O pequeno detalhe mais ínfimo
Imagine tudo em uma estante
Imagine como estariam alocados
Cada prateleira cheia de imaginação
Seria por ordem ou talvez bagunçados?
Não importa quão grandes cabem em sua mão
Imagine o céu azul a brilhar diariamente
Imagine o barulho da água sempre a cair
O cantar dos pássaros incessantemente
O vento tocando a pele, refrescante devir
Agora sua imaginação cresce cada vez mais
As delimitações das retas se tornam curvas
O limiar das palavras não mais satisfaz
Os pontos são infinitos e as visões ficam turvas
Agora continue sem mim
Exercite sua imaginação
Nunca ponha a ela um fim
Reimagine toda a criação
terça-feira, 26 de fevereiro de 2019
O Medo do Medo
Aperto meu miocárdio sem fim
A angústia permeia cada gotícula
Do suor que transborda em mim
Apareço e desapareço aos olhos
A memória escorre entre os neurônios
Olhos em total desconforto, simplórios
A garganta segue o caminho oposto
Seca tal qual o Saara em seu dia mais longo
Engulo saliva para preencher meu desgosto
Pisco várias vezes como se resolvesse
Mas a ânsia por dar errado fala mais alto
Como se meu eu de mim se perdesse
Peço uma pausa e respiro abissalmente
O erro, se vir, virá bem pomposamente
Nem depois, tampouco previamente
Sempre durante, sempre presente
O que ocupa minha mente, então?
O medo do momento ou não?
O medo de ter medo de errar
O medo de ter medo de não controlar
O medo de ter medo de repetir
O medo de ter medo de não conseguir
O medo de ter medo
Do medo
A angústia permeia cada gotícula
Do suor que transborda em mim
Apareço e desapareço aos olhos
A memória escorre entre os neurônios
Olhos em total desconforto, simplórios
A garganta segue o caminho oposto
Seca tal qual o Saara em seu dia mais longo
Engulo saliva para preencher meu desgosto
Pisco várias vezes como se resolvesse
Mas a ânsia por dar errado fala mais alto
Como se meu eu de mim se perdesse
Peço uma pausa e respiro abissalmente
O erro, se vir, virá bem pomposamente
Nem depois, tampouco previamente
Sempre durante, sempre presente
O que ocupa minha mente, então?
O medo do momento ou não?
O medo de ter medo de errar
O medo de ter medo de não controlar
O medo de ter medo de repetir
O medo de ter medo de não conseguir
O medo de ter medo
Do medo
segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019
Noite Escura
O azul escuro do céu noturno
Preenche minhas narinas ávidas
Preto, escuro, misterioso, soturno
Esconde em mim memórias cálidas
Idas e vindas pelas constelações
Fora das luzes urbanas estonteantes
Na beira da estrada as observações
Na beira dos lábios beijos titubeantes
Me deixo levar pela noite que me espreita
Ela me acalma, me abraça e me aceita
No escuro eu sou eu e não sou ninguém
No escuro todos somos parte dele e além
Preenche minhas narinas ávidas
Preto, escuro, misterioso, soturno
Esconde em mim memórias cálidas
Idas e vindas pelas constelações
Fora das luzes urbanas estonteantes
Na beira da estrada as observações
Na beira dos lábios beijos titubeantes
Me deixo levar pela noite que me espreita
Ela me acalma, me abraça e me aceita
No escuro eu sou eu e não sou ninguém
No escuro todos somos parte dele e além
terça-feira, 19 de fevereiro de 2019
Assim Eu Vou Correndo Te Dizer
As luzes da cidade parecem tão distantes
Da sua janela tudo parece longe demais
Até as estrelas brilham como nunca antes
Longínquas, eternas, inexoráveis, casuais
Meu cigarro queima rápido entre meus dedos
Tão rápido quanto minhas ideias aleatórias
Trago enquanto espero, trago todos meus medos
Trago suas marcas, suas manias, suas histórias
Cá estou novamente a rabiscar alguns versos
Penso sobre mim, sobre você, sobre plenitude
Rasuro pensamentos prontos e também controversos
Mantenho em mim as suas rimas e sua magnitude
Entre todos os abraços e afetos mais sentimentais
Disperso, piso em calos alheio aos meus defeitos
Do barro aprendi e não repito erros monumentais
Com e para você só almejo momentos perfeitos
"E assim eu vou correndo pra você
E assim eu vou correndo te dizer
Eu amo você
Eu amo você
Eu amo você
Eu amo você"
Inspiração e trecho final: Eu amo você - João Capdeville
Da sua janela tudo parece longe demais
Até as estrelas brilham como nunca antes
Longínquas, eternas, inexoráveis, casuais
Meu cigarro queima rápido entre meus dedos
Tão rápido quanto minhas ideias aleatórias
Trago enquanto espero, trago todos meus medos
Trago suas marcas, suas manias, suas histórias
Cá estou novamente a rabiscar alguns versos
Penso sobre mim, sobre você, sobre plenitude
Rasuro pensamentos prontos e também controversos
Mantenho em mim as suas rimas e sua magnitude
Entre todos os abraços e afetos mais sentimentais
Disperso, piso em calos alheio aos meus defeitos
Do barro aprendi e não repito erros monumentais
Com e para você só almejo momentos perfeitos
"E assim eu vou correndo pra você
E assim eu vou correndo te dizer
Eu amo você
Eu amo você
Eu amo você
Eu amo você"
Inspiração e trecho final: Eu amo você - João Capdeville
quinta-feira, 14 de fevereiro de 2019
Adeus Amargo Fel Depressivo
Não me chame mais pelo nome
Inflado de infames infortúnios
Deste prato não mais você come
Refuto o caos e os pandemônios
Exijo neste exato instante na alvorada
Que se retire deste local tão particular
Sua presença nunca fora assim apreciada
Não poderá nunca mais voltar ao meu lar
Escafedeu-se
Findou-se
Acabou!
O que não era mais e nunca fora
Já não poderá ser e nunca será
Vá-te embora sombra fétida, fora!
Aqui garanto que jamais voltará
Inflado de infames infortúnios
Deste prato não mais você come
Refuto o caos e os pandemônios
Exijo neste exato instante na alvorada
Que se retire deste local tão particular
Sua presença nunca fora assim apreciada
Não poderá nunca mais voltar ao meu lar
Escafedeu-se
Findou-se
Acabou!
O que não era mais e nunca fora
Já não poderá ser e nunca será
Vá-te embora sombra fétida, fora!
Aqui garanto que jamais voltará
terça-feira, 5 de fevereiro de 2019
Mais Um Por Favor
Acendo o cigarro da minha alma
Cada copo acompanhado dos tragos
Leva consigo o ar pesado e traz calma
Areja os pensamentos aos cacos
O álcool não é uma maneira de fugir
Mas um catalizador de pensamentos
Corro dentro de mim sem querer sair
Pacientemente organizo meus desalentos
Numa mão a morte líquida e lenta
Na outra mão a morte pequena e volátil
Nos lábios a palavra cheia de pimenta
No cérebro o alívio incabível, retrátil
Esqueço de me esquecer de mim ao esmo
Só mais um por favor, e disfarço o pigarro
Sem cosmel, sem limão, sem nada mesmo
Apenas com minha cerveja e meu cigarro
Escrevo.
Cada copo acompanhado dos tragos
Leva consigo o ar pesado e traz calma
Areja os pensamentos aos cacos
O álcool não é uma maneira de fugir
Mas um catalizador de pensamentos
Corro dentro de mim sem querer sair
Pacientemente organizo meus desalentos
Numa mão a morte líquida e lenta
Na outra mão a morte pequena e volátil
Nos lábios a palavra cheia de pimenta
No cérebro o alívio incabível, retrátil
Esqueço de me esquecer de mim ao esmo
Só mais um por favor, e disfarço o pigarro
Sem cosmel, sem limão, sem nada mesmo
Apenas com minha cerveja e meu cigarro
Escrevo.
segunda-feira, 28 de janeiro de 2019
Vazio de Ser
Eu era vazio, um vácuo, mudo
Abandonado e esquecido de tudo
Eu era nada e do nada me alimentava
Perdido, decaído e murcho, caminhava
Eu era o não ser da existência humana
Um corpo aleatório que nem calor emana
Eu era o senso comum, vazio de si
Sem conteúdo, sem começo, sem fim
Eu era o inominável calar da noite
Que anseia por findar tudo, até a morte
Eu era e ao mesmo tempo não era nada
Era porque ainda sou algo nessa jornada
Era, sou, serei
Era vazio
Sou, de você, repleto
Serei enquanto você aqui estiver
Abandonado e esquecido de tudo
Eu era nada e do nada me alimentava
Perdido, decaído e murcho, caminhava
Eu era o não ser da existência humana
Um corpo aleatório que nem calor emana
Eu era o senso comum, vazio de si
Sem conteúdo, sem começo, sem fim
Eu era o inominável calar da noite
Que anseia por findar tudo, até a morte
Eu era e ao mesmo tempo não era nada
Era porque ainda sou algo nessa jornada
Era, sou, serei
Era vazio
Sou, de você, repleto
Serei enquanto você aqui estiver
terça-feira, 22 de janeiro de 2019
Sem Sair
Uma palavra circulava sem fim
Sair
E saindo iria se esgueirar à luz tardia
Contemplaria outras vistas sem sentir
Não mais se estressaria dia após dia
Outra palavra rodou rapidamente
Paciência
Já esteve paciente por tanto tempo
Será que não deveria por um fim
Nessa situação com tanto desalento?
Mais uma palavra circundou sorrateira
Amor
Claro que amo e nunca deixarei de amar
Que palavra boba para aparecer agora
Logo eu, tanto amor quanto água no mar
Uma última palavra veio rodopiando
Abraço
E a abracei tal navio abraça o cais
Sem querer sair nem me evanescer
Com toda paciência a amei demais
Num enorme abraço tudo voltou a ser
Sair
E saindo iria se esgueirar à luz tardia
Contemplaria outras vistas sem sentir
Não mais se estressaria dia após dia
Outra palavra rodou rapidamente
Paciência
Já esteve paciente por tanto tempo
Será que não deveria por um fim
Nessa situação com tanto desalento?
Mais uma palavra circundou sorrateira
Amor
Claro que amo e nunca deixarei de amar
Que palavra boba para aparecer agora
Logo eu, tanto amor quanto água no mar
Uma última palavra veio rodopiando
Abraço
E a abracei tal navio abraça o cais
Sem querer sair nem me evanescer
Com toda paciência a amei demais
Num enorme abraço tudo voltou a ser
sexta-feira, 18 de janeiro de 2019
Vento
Jogado e esticado
Caindo sempre de lado
Voando sem rumo certo
Nunca longe, nunca perto
Vendaval de moléculas
Brisas nada maléficas
Lufadas pesadas de ar
Vento que venta quer ventar
O vento, ventania, vendaval
Vem pra cá, venerável e viral
Em todo lugar que venta o vento
Venta na alma um pouco de alento
Venta no coração alheio a esperança
Venta ó vento, o vento de cada criança
Caindo sempre de lado
Voando sem rumo certo
Nunca longe, nunca perto
Vendaval de moléculas
Brisas nada maléficas
Lufadas pesadas de ar
Vento que venta quer ventar
O vento, ventania, vendaval
Vem pra cá, venerável e viral
Em todo lugar que venta o vento
Venta na alma um pouco de alento
Venta no coração alheio a esperança
Venta ó vento, o vento de cada criança
segunda-feira, 14 de janeiro de 2019
A Transa
Apertado, apertei seus apertos íntimos
Passei minhas mãos por suas passagens
Sutilmente com sutis movimentos ínfimos
Me embebedei em suas belas paisagens
Esfreguei o esfregão da minha mão na sua
Cada gota de suor se unindo em uma só
Quente como o sol queimando a lua
A dois, um par, uma dupla, ambos, nós
Entramos na entrada do subjetivo libidinal
Luzes ofuscantes em nossos olhos famintos
O começo de tudo, nosso big bang pessoal
A plenitude, o gozo, emaranhados labirintos
A realização completa do presente momento
Nunca será possível replicar a réplica da cama
Esquecemos, pois, do esquecido esquecimento
De sentir novamente o corpo de quem se ama
Passei minhas mãos por suas passagens
Sutilmente com sutis movimentos ínfimos
Me embebedei em suas belas paisagens
Esfreguei o esfregão da minha mão na sua
Cada gota de suor se unindo em uma só
Quente como o sol queimando a lua
A dois, um par, uma dupla, ambos, nós
Entramos na entrada do subjetivo libidinal
Luzes ofuscantes em nossos olhos famintos
O começo de tudo, nosso big bang pessoal
A plenitude, o gozo, emaranhados labirintos
A realização completa do presente momento
Nunca será possível replicar a réplica da cama
Esquecemos, pois, do esquecido esquecimento
De sentir novamente o corpo de quem se ama
terça-feira, 8 de janeiro de 2019
Sem Sentido Além do Sentido
Conhecia as cores, os sons e os aromas
Viu e desviu o passar do tempo a voar
Da solidão já apresentava os sintomas
Mas sabia de tudo o seu devido lugar
Tudo que compreendia sua visão
Das águas que caíam ali por perto
Até os perfumes além da compreensão
Seu único medo era que fosse deserto
Árido fosse o solo brando a seus pés
Quem me dera ser mais do que posso
Almejo mas não me rendo ao desejo
Me visto, sem saber, de remorso
Explodem aromas aos pulmões abertos
Nas emulsões e misturas que completam
Percorro com pressa caminhos secretos
Que para todas as sensações, carregam
Olhos se fecham, concentrados em sentir
Os tímpanos reverberam ondas vorazes
Na pele a amargura do ser sem permitir
Ser mais que sentidos afiados e sagazes
Viu e desviu o passar do tempo a voar
Da solidão já apresentava os sintomas
Mas sabia de tudo o seu devido lugar
Tudo que compreendia sua visão
Das águas que caíam ali por perto
Até os perfumes além da compreensão
Seu único medo era que fosse deserto
Árido fosse o solo brando a seus pés
Quem me dera ser mais do que posso
Almejo mas não me rendo ao desejo
Me visto, sem saber, de remorso
Explodem aromas aos pulmões abertos
Nas emulsões e misturas que completam
Percorro com pressa caminhos secretos
Que para todas as sensações, carregam
Olhos se fecham, concentrados em sentir
Os tímpanos reverberam ondas vorazes
Na pele a amargura do ser sem permitir
Ser mais que sentidos afiados e sagazes
quinta-feira, 3 de janeiro de 2019
Acontecido Ano Estranho
Refletindo a minha miudeza
Ano estranho, esse que passou!
Mesmo que cheio de incertezas,
Sinto que eu mudei e tudo mudou!
Ideias antes escondidas tomam forma
No discurso antes velado se constroem
Finalmente vi que sempre foi um dogma
Estevam lá, escondidos enquanto corroem
Muitas coisas boas aconteceram, certamente!
Embora numa proporção um tanto quanto confusa
Muitas vezes taciturna, silenciosa, quieta e veemente
Outras vezes barulhenta, agitada, buliçosa e obtusa
Como de praxe, algumas coisas não aconteceram
Tomo total responsabilidade nessa ociosidade
Ideias verdes e atormentadas amadureceram
Práticas antigas definharam com a idade
Foi um período bem estranho, enfim
Aconteceram coisas e outras não
Aconteci muito pouco em mim
Aconteceu longe do coração
Tudo muito estranho, não?
Eu não saberia dizer
Vejo só um clarão
Daquilo que está
Para acontecer!
Ano estranho, esse que passou!
Mesmo que cheio de incertezas,
Sinto que eu mudei e tudo mudou!
Ideias antes escondidas tomam forma
No discurso antes velado se constroem
Finalmente vi que sempre foi um dogma
Estevam lá, escondidos enquanto corroem
Muitas coisas boas aconteceram, certamente!
Embora numa proporção um tanto quanto confusa
Muitas vezes taciturna, silenciosa, quieta e veemente
Outras vezes barulhenta, agitada, buliçosa e obtusa
Como de praxe, algumas coisas não aconteceram
Tomo total responsabilidade nessa ociosidade
Ideias verdes e atormentadas amadureceram
Práticas antigas definharam com a idade
Foi um período bem estranho, enfim
Aconteceram coisas e outras não
Aconteci muito pouco em mim
Aconteceu longe do coração
Tudo muito estranho, não?
Eu não saberia dizer
Vejo só um clarão
Daquilo que está
Para acontecer!
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